Exu

A origem do Orixá Exu enquanto Divindade está em Deus (Olorum), assim como ocorre com todas as demais Divindades.

Ele é o guardião dos Mistérios Divinos e dos caminhos,emissário entre os homens e os Orixás, lutador contra o mal, sempre de frente, sem medo, sem mandar recado.Verdadeiro cobrador do karma e responsável pelos espíritos humanos caídos. Representa e é o braço armado e a espada divina do Criador nas Trevas, combatendo o mal. É responsável pela estabilidade astral na escuridão. Senhor do plano negativo; atua dentro de seus Mistérios regendo seus domínios e os caminhos por onde percorre a humanidade.

O Mistério Exu é em si o ‘vazio absoluto’ existente no exterior de Deus e guarda-o em si, dando-lhe a existência e sustentação para que, a partir desse estado, tudo o que é criado tenha seu lugar na criação. Por ser Exu o guardião do vazio absoluto e este ter sido o primeiro estado da criação manifestado por Deus, então Exu é, de fato, o primeiro Orixá manifestado por Ele.”

Logo, Exu é o primeiro Orixá, o mais velho de todos, o primeiro a ser cultuado. Por ser e trazer em si o vazio absoluto tem de ser invocado e oferendado em primeiro lugar e deve ser “despachado” de dentro do templo efirmado no seu exterior para que um culto possa ser realizado, pois, se assim não for feito, a presença de Exu dentro dele implica a ausência de todos os outros Orixás, já que seu estado é o do “vazio absoluto”.  Porque junto com o Orixá Exu vem o vazio absoluto, os seus intérpretes religiosos deduziram corretamente que, nesse estado de vazio, não é possível fazermos nada.

O vazio absoluto é um estado e não algo mensurável. O espaço infinito, ainda que não seja mensurável, é a existência de algo.  E, como se esse algo denominado “espaço infinito” se abriu e expandiu-se dentro do vazio absoluto, criaram-se dois estados opostos complementares: o vazio absoluto e o espaço infinito.

Assim, Exu é o vazio exterior de Olorum e Oxalá é o seu espaço exteriorizado. Exu é a ausência e Oxalá é a presença. Em Exu nada subsiste, e em Oxalá tudo adquire existência.  Exu, por ser o vazio absoluto, nada cria em si. Em Oxalá, por ele ser o espaço em si mesmo, tudo pode ser criado.

Exu e Oxalá são opostos complementares porque sem a existência do vazio absoluto o espaço não poderia se expandir ao infinito. Como ambos são estados, não são antagônicos, pois onde um está presente, o outro está ausente. O vazio absoluto é anterior ao espaço infinito. E, porque é anterior, Exu é o primeiro Orixá manifestado por Olorum e detém a primazia. E, se tudo preexistia em Olorum, ainda que não fosse internamente o Orixá mais velho é, no entanto, o primeiro a existir no seu exterior.

Na Umbanda, as Entidades Exus compõem uma Linha de Trabalho à Esquerda. São, em geral, espíritos humanos que tiveram várias encarnações, cometendo erros e acertos, como todo ser humano, mas com um diferencial: se conscientizaram e retomaram o caminho da Lei Divina, obtendo permissão para se assentarem à Esquerda dos Orixás e trabalharem no auxílio à nossa evolução.

Os Exus absorvem e esgotam as negatividades dos seres que se desviaram das Leis do Criador, em qualquer dos Sete Sentidos da Vida. Em seguida, vitalizam as qualidades positivas dos seres e então os neutralizam, deixando seus magnetismos aptos a que retomem o caminho da evolução.

O Orixá que dá sustentação às Entidades Exus é o Orixá Exu. Na Umbanda, este Orixá não é cultuado diretamente, mas está presente e atuante, pois as Divindades existem e estão presentes em nossas vidas, ainda que alguém não as reconheça.  Os Exus que trabalham na Umbanda atuam nos Sete Sentidos da Vida, ou seja, atuam nos campos de todos os Orixás. É por isso também que Exu é tido como o dono das encruzilhadas.

A Encruzilhada pode ser entendida como o encontro de duas realidades, de duas verdades diferentes, tais como: matéria/astral; razão/emoção; luz/trevas; ou, literalmente, pode ser o encontro de dois caminhos. Esta é a representação do ponto de força de Exu, pois está em todos os caminhos, em todos os lugares e passagens, e não apenas na encruzilhada de rua. Todos os pontos que marcam a entrada e a saída de uma realidade são pontos de firmeza e de manifestação de Exu.

Exu guarda a quem faz por merecer o amparo da Lei Divina, mas também intervém como Executor da Lei contra quem viola as Leis do Criador, para esgotar suas negatividades. Quando elas forem esgotadas, Exu vitaliza as qualidades positivas do ser para então neutralizar-lhe o magnetismo. A partir daí, aquele ser tem como recomeçar o trabalho evolutivo que a cada um compete.

Exu não ataca a ninguém; só intervém por um comando da Lei Maior ou quando é ativado magisticamente. Nos trabalhos religiosos de Umbanda, também a atuação de Exu é sempre delimitada pela Lei Divina, e sempre para o Bem.

 

Irradiação: Absorve, Neutraliza e Vitaliza os seres
Campo de atuação: Sete Sentidos da Vida
Elementos: Encruzilhadas
Cores: Preto, Vermelho ou Preto e Vermelho (bicolor)
Saudações: Laroyê Exu! Exu Modjubá!
Sincretismo: Não há
 

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